19.9.11

#praias de sonho: corumbau (BA)


[©joão miguel simões, todos os direitos reservados]

A viagem até ao extremo sul do litoral baiano, conhecido por Costa das Baleias, continua a exigir muitas horas de viagem, nem sempre nas melhores condições, e disposição para gastar mais do que em muitos outros destinos brasileiros com praia e mar.

[Boas-vindas no Vila Naiá, um rústico-chic-design no topo da wish-list de Corumbau (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

[A piscina do Vila Naiá (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

[A praia frente ao Vila Naiá (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Nada, porém, que faça grande diferença à maioria dos felizardos que chegam a Corumbau, provenientes da região Sudeste, para quem, por norma, dinheiro não é problema. Por isso mesmo, não se fazem rogados em pagar diárias desde mil reais nos hotéis e pousadas mais exclusivos que colocaram o vilarejo de pescadores no mapa dos destinos mais desejados do momento; tão pouco vêem um obstáculo nas estradas de terra esburacadas de acesso. É que eles chegam sobretudo por mar ou de helicóptero.

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Mas, se acreditarmos que tudo o que vale realmente a pena nesta vida tem um preço, então o de Corumbau, juro, nem é tão alto assim.

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Durante quatro dias, percorri alguns dos pontos mais emblemáticos do distrito de Prado, a pouco mais de três horas de carro de Porto Seguro. Prado, que funciona como base para quem quer explorar a Costa das Baleias, e demais atrações ficarão para os posts seguintes.

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[©joão miguel simões, todos os direitos reservados]


Começo por Corumbau por uma razão simples: à exceção do arquipélago de Abrolhos, outro momento alto deste meu mais recente roteiro na Bahia,  era quem me suscitava maiores expectativas. Por tudo o que lera, ouvira... Só me faltava mesmo ver para crer. E confirmar.

[Foz do rio Corumbau (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

[Foz do rio Corumbau (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Pergunto: o que esperar de um lugar cujo nome, de origem tupi, significa “o fim do mundo e o começo da terra” ou "longe de tudo"?

[Ponta de Corumbau (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

No mínimo, algo que faça justiça a tamanha poesia, não? Sempre mais; e nunca menos.

[©joão miguel simões, todos os direitos reservados]

Sem helicóptero nem barco que me valesse — mas há passeios, de um dia, de barco a partir de Cumuruxatiba ou Caraíva em torno dos R$60-70, segundo apurei—, eu tive mesmo foi que enfrentar duas horas de viagem entre Prado e Corumbau. A primeira parte da jornada, pela BR-101 que liga Itamaraju a Prado, é tranqüila, mas depois, a partir do vilarejo de Guarani, a solução é mesmo encarar com espírito positivo os mais de 50 quilômetros que se seguem em estrada de terra. E rezar para que não tenha chovido na véspera e para que o carro não quebre. Porque se quebrar, como me aconteceu — por oito vezes, sim, oito vezes —, o remédio é apelar para a filosofia baiana e, como tão bem resumiu uma companheira de viagem, concluir que “na Bahia, mesmo quando tudo parece que vai dar errado, dá certo”.

[Vivenda Xawã (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

E deu. Ó, se deu.

Gente, são 15 quilômetros de praias de areia fofa, mas boa de andar, amarelinha como uma farofa deliciosa. Algumas, em especial as que se servem os hotéis mais exclusivos como a Pousada Fazenda São Francisco (do ex-deputado federal Ulysses Guimarães), são, na prática, praticamente privadas. Mas relaxem os que não gostam de feudos: areia e mar manso  não faltam e ninguém fica sem seu quinhão de(ste) paraíso. Agora, claro, as pousadas mais rústicas — mais ainda assim bem charmosinhas como a Vivenda Xawã (diárias desde R$140 por casal na baixa temporada), com projeto arquitetônico de sua proprietária e onde me lambuzei com uma mousse di-vi-na de capim santo com limão — não dão de frente para a praia.

[Camarão na moranga, servido na Vivenda Xawã (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Mesmo sem o verde cristalino, característico do Verão, o mar de Corumbau deixou-me hipnotizado. Talvez porque forme uma dupla imbatível com aquele extenso areal, a perder de vista (e, tantas vezes, sem vivalma à vista), bordejado ora por falésias, ora por coqueirais. O segredo, que não é mais, está nos 10 quilômetros de recifes de coral que adentram ao mar e  criam uma enseada tranqüila.

[O chef da Xawã com a sobremesa-delícia: mousse de capim santo com limão (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Nas barracas de praia, bem transadas, uma cerveja custa R$5. Já um passeio de caiaque não sai por menos de R$60 e um passeio de barco  para fazer mergulho com snorkel nos corais do Carapeba — nos dias de sorte, dá para nadar com tartarugas-marinhas e para ver, em terra, a silhueta bem desenhada do fabuloso Monte Pascoal — fica por R$250 (até cinco pessoas). Isto com os operadores locais; nas pousadas, com meios mais sofisticados, o custo é ainda mais inflacionado.

Corumbau é isolado. Não pega celular. Está longe da civilização. Mas não do luxo.

Mas não é isenta de prazeres simples. No vilarejo, em Ponta de Corumbau — assim chamada porque, na maré baixa, dá para ver uma longa ponta de areia que se estende desde a foz do rio Corumbau até ao mar, culminando num confronto de águas que formam piscinas naturais —, a vida prossegue sem grandes sobressaltos e as pessoas continuam vivendo praticamente do mesmo jeito. As que ficaram, bem entendido, pois muitas delas, com ligações aos índios Pataxós, venderam seus casebres e se mudaram para o outro lado do rio, em Barra Velha, onde fica a Reserva.

Mais informações: Bahia 
Operadores: Caminhos da Bahia; Prado Tour (e-mail: luiz@pradotour.com.br, tel. 073 3021-0336)

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